
Imagine que os bancos são amigos que, às vezes, precisam de um empurrãozinho no final do dia. Um deles emprestou muito dinheiro hoje e está com o caixa meio vazio. Outro vendeu pouco, tá com uma graninha sobrando. Aí o banco com dinheiro a mais diz:
— “Ei, vizinho, te empresto um pouco, mas me devolve amanhã com uns centavinhos de juros, beleza?”
Pronto. Isso é basicamente o CDI na prática: um empréstimo de curtíssimo prazo entre os bancos — geralmente de um dia para o outro. Esses “centavinhos de juros” viram uma taxa. E é aí que a mágica acontece.
Por que os bancos fazem isso?
Porque todo santo dia os bancos precisam fechar o caixa com uma quantia mínima exigida pelo Banco Central. Isso é chamado de depósito compulsório. Pense nisso como uma regra do jogo: todo banco tem que guardar uma parte do dinheiro em um cofre especial do Banco Central — é como uma reserva de emergência obrigatória.
Mas nem todo mundo acerta a conta de primeira. Alguns fecham o dia com dinheiro de sobra, outros ficam devendo. E como ninguém quer levar bronca do Banco Central, os bancos se ajudam entre si com esses empréstimos de um dia. E é aí que entra o CDI.
Mas por que o CDI é tão importante?
Porque ele virou a régua do dinheiro no Brasil. Sabe quando você investe num CDB e ele diz que rende “100% do CDI”? É como se estivesse dizendo: “vou te pagar exatamente o que os bancos estão pagando uns aos outros”.
Então, se a taxa CDI tá em 10% ao ano, um CDB que rende 100% do CDI vai te dar 10% também (antes de impostos, claro). Se for 110% do CDI, melhor ainda: você vai receber um pouco mais!
Uma analogia simples:
Pense no CDI como a velocidade da esteira numa academia. Todos os investimentos de renda fixa (CDBs, LCIs, fundos DI…) estão correndo em cima dela. Quando a esteira acelera (a taxa CDI sobe), todo mundo corre mais rápido (rende mais). Quando ela desacelera, a turma também anda mais devagar.
E quem decide a velocidade dessa esteira?
É o Banco Central, por meio da Selic, que é a taxa mãe do CDI. O CDI quase sempre anda de mãos dadas com a Selic. Quando a Selic sobe, o CDI também sobe. Quando a Selic desce, o CDI acompanha.
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